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8 de novembro de 2011

Resenha #3 - Persuasão - Jane Austen

RAZÃO E SENSIBILIDADE / ORGULHO E PRECONCEITO / PERSUASÃO

Autor: Jane Austen
Título original: Sense and sensibility / Pride and prejudice / Persuasion
Tradutor: Roberto Leal Ferreira
Editora: Martin Claret
Data: 2010
Número de páginas: 632 p. (Persuasão – p. 469-631)

SINOPSE
O fascínio que os escritos de Jane Austen exercem, mais do que se manter, torna-se maior no curso do tempo. A obra desta aclamada escritora tem sido constantemente adaptada para o teatro, cinema e televisão; nos meios acadêmicos, tem gerado abundantes e fecundos estudos de sua dimensão estética, sociológica e histórica; em vários países, inclusive o Brasil, são-lhe dedicados ativos e entusiasmados fã-clubes; e, na web, há um número assombroso de páginas que remetem a Jane Austen. Esta edição especial reúne Razão e sensibilidade, Orgulho e preconceito e Persuasão – três dos mais apreciados romances desta que é uma das mais lidas e amadas autoras inglesas em todo o mundo.

COMENTÁRIOS
Como esta edição traz três das principais obras da autora, as resenhas serão separadas.
Hoje trago a resenha de Persuasão. Você também pode conferir as resenhas de Orgulho e Preconceito e em breve de Razão e Sensibilidade.

Como já comentei anteriormente, nem todo clássico é fácil de ser lido e a maioria despende um esforço maior de compreensão e estímulo por parte do leitor.
No entanto, diferente dos dois primeiros livros, Persuasão traz uma história mais leve e compacta, sem tantas descrições e por isso mesmo mais rápida.

Esta edição da Martin Claret traz um diferencial, os dois últimos capítulos (23 e 24) escritos originalmente pela autora e que foram substituídos antes da primeira publicação por ela não estar satisfeita. É bem interessante conhecer o outro final da história, sugiro que confiram.


PERSUASÃO
O livro narra um período marcante na vida de Anne Eliott, a filha de um nobre falido, e Frederick Wentworth, um oficial da marinha. A relação dos jovens é atribulada, pois Frederick foi pretendente e o primeiro amor de Anne. No entanto, a moça foi impedida de aceitar o pedido de casamento, pois na época ele era apenas um jovem oficial, sem grandes perspectivas o que não agradou a sua família. Um personagem que merece destaque na trama é Lady Russell, que exerce grande influência sobre Anne, inclusive quando a convence a não desposar Wentworth.

“Sir Walter, ao ser solicitado, sem realmente negar o seu consentimento ou dizer que jamais o daria, mostrou toda sua desaprovação pelo grande espanto, grande frieza, grande silêncio e uma declarada decisão de nada fazer pela filha. Julgou-a uma aliança muito desonrosa; e Lady Russell, embora com orgulho mais moderado e perdoável, considerou-a uma união das mais infelizes.” p. 485

Para evitar a total ruína da família o pai de Anne, Sir Walter Eliott, é compelido a alugar a propriedade da família e mudar-se para Bath durante uma temporada na companhia da Elizabeth a filha mais velha. Anne não acompanha a família, é despachada para casa da Mary, sua irmã mais nova, casada e com filhos, que pode ser descrita como uma hipocondríaca contumaz carente de atenção.

“‘Não posso ficar sem Anne’: assim raciocinava Mary; e a resposta de Elizabeth era: ‘Então, tenho certeza de que é melhor a Anne ficar, pois ninguém vai precisar dela em Bath’.” p.489

Quis o destino que os locatários da residência fossem o casal Croft, o cunhado e a irmã de Wentworth. Assim, sete anos depois, Frederick retorna ao vilarejo de Uppercross Hall agora como Capitão e com muitas posses, sendo considerado um excelente partido.

A perspectiva do reencontro é marcada por muita apreensão por parte dela, já que nunca se casou, se arrepende do que aconteceu e ainda gosta dele. Porém, quando chega o momento, a indiferença e frieza dele são arrasadores.

“Seu olhar cruzou rapidamente com o do Capitão Wentworth, houve uma inclinação, uma reverência; ela ouviu a voz dele; (...) mas em alguns minutos estava tudo acabado.” p. 505

No decorrer da narrativa percebe-se em várias situações o quanto Anne foi oprimida e até mesmo desprezada pela família e mesmo assim permanece carinhosa e até servil para com eles. Mesmo sofrendo consente em cumprir os desejos dos amigos e família, pois acredita ser o certo.

Em meio a sórdidas tramóias, Anne precisa se fortalecer, superar o interesse do ex-noivo por outras moças, e enfrentar alguns percalços até descobrir que realmente pode mudar suas escolhas. Frederick se revela muito mais sensível do que parece a princípio e mostra esse lado profundamente em um capítulo quase ao final do livro. Não vou falar muito, mas que fique de alerta: as românticas vão se emocionar.

CURIOSIDADES
- Persuasão é a última obra completa escrita por Jane Austen (1775-1817).

- É uma história considerada de domínio público, portanto pode ser encontrada impressa por editoras diferentes e para download no Portal Domínio Público, em inglês e espanhol.

- A autora concluiu a obra em 1816 e sua primeira publicação data de 1818 (póstuma).

- A obra foi adaptada para televisão quatro vezes, sendo que a última produção é de 2007.

- Quem gosta de filmes românticos e assistiu A Casa do Lago, deve lembrar que Persuasão é muito citado no filme e tem quase uma ‘participação especial’.


A produção da BBC (2007) traz Sally Hawkins e Rupert Penry-Jones nos papéis principais.

Tem cerca de 2 horas de duração e foi dividida em quatro episódios. A adaptação sofreu a necessidade de cortes e redução do original, mas é bem fiel quanto à aparência e vestuário dos personagens.

2 comentários:

  1. Eu adorei essa história. E tb achei mais de fácil compreensão do que Orgulho e Preconceito e principalmente Razão e Sensibilidade.

    bjss

    Driza

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  2. Eu adorei a história! Aliás, gostei bem mais de Persuasão do que de Orgulho e Preconceito =D

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